Passaram dois anos sobre os trágicos incêndios que atingiram Pedrogão Grande e seis concelhos vizinhos, tragédia que viria a repetir-se em Outubro, no centro do País. Como o PCP então afirmou, as razões para o sucedido derivavam das opções de décadas de política de direita protagonizada por PS, PSD e CDS.
Na altura não fomos ouvidos quando alertámos para o erro que seria legislar sem a devida ponderação e debate. Misturou-se medidas inadiáveis e urgentes com decisões e opções de fundo, numa correria legislativa com grande impacto mediático. Passados dois anos, e sem deixar de reconhecer que algo mudou, sucedem-se anúncios de medidas e reformas profundas, acompanhadas de milhões, contratos e concursos. A situação no terreno, porém, é bem diferente da difundida pela propaganda governamental.
Muitas das medidas anunciadas ainda estão no papel e outras são insuficientes e ineficazes. Talvez por isso o Governo se esquive à prestação de contas e não crie uma plataforma online onde essas medidas sejam anunciadas e quantificadas.
Exige-se uma política de Protecção Civil que, a par do combate aos incêndios e da resposta a outras ocorrências graves, privilegie a prevenção e a informação à população, promovendo uma cultura de protecção e segurança. O Governo, sem o debate e a reflexão que se impunha, aprovou legislação sobre a nova «orgânica da Protecção Civil». O PCP já requereu a sua apreciação parlamentar e defende a sua alteração.