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A privatização do património genético vegetal foi sempre uma aspiração do grande capital. O raciocínio é elementar. Sem sementes não há plantas, sem plantas não há alimentação e sem alimentação não há sobrevivência do ser humano.
Desde os tempos imemoriais que a produção de sementes representa uma prática indissociável da agricultura. A generalidade dos agricultores guardava parte da sua colheita para servir de sementes para o ciclo seguinte. Os mais esclarecidos escolhiam as melhores plantas criando assim um apuramento genético. A troca de sementes, prática igualmente comum, procurava alargar a recombinação genética e evitar a consanguinidade.
A sociedade capitalista e a imposição do seu modelo produtivista subverteram completamente estas práticas. A especialização da função de seleção e produção de sementes criou uma relação de dependência, subordinando os agricultores que foram abdicando da sua produção próprio de sementes, numa escolha sem retrocesso que muitos lamentam amargamente.
A produção de sementes está hoje dominada por três grandes empresas multinacionais que dominam 60 por cento do mercado mundial1. Estes três monstros, que dominam igualmente o mercado de adubos fertilizantes e pesticidas, são o produto de uma longa história de fusões e aquisições com as empresas mais fortes a canibalizarem as mais fracas beneficiando sempre de uma atitude sempre passiva dos poderes públicos que abdicaram há muito do seu papel de defesa de um bem público que nunca deveria ter sido abandonado à lógica mercantil.