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colaborador, consumidor, empreendedor, escravo, explorador de si próprio, indivíduo, liberdade

Francisco Gonçalves
Ditaram as coincidências da vida que, em duas iniciativas distintas, em dois sábados consecutivos, o nome do autor acima fosse referenciado. Curiosamente, as duas reflexões sobre a obra deste filósofo germano-coreano, professor na Universidade das Artes de Berlim, assentaram em perspectivas diferentes, a primeira numa apreciação crítica, a segunda mais num registo de fascínio intelectual.
A muito interessante proposta de olhar sobre o tempo que vivemos, apresentada por Byung-Chul Han, podendo ser arrumada como (mais um) ensaio neomarxista, que na sua conclusão renega o oitocentista filósofo alemão, não nos permite, contudo, deixar de a considerar, tal é a acutilância da análise que encerra. Uns aperitivos de reflexão.
O EMPREENDEDOR / COLABORADOR – “O sujeito do rendimento, que se pretende livre, é na realidade um escravo. É um escravo absoluto, na medida em que sem qualquer senhor se explora a si próprio de forma voluntária. Não tem diante de si um senhor que o obrigue a trabalhar. O sujeito do rendimento absolutiza a vida sem mais e trabalha.”(*)