Etiquetas
BCP, BPN, BPP, degradação da poupança, destruição da capacidade produtiva, Deutsch Bank, fraude, poder de compra, taxas de juro
30 Sexta-feira Set 2011
Posted Agricultura, Economia, Indústria, Pescas
in30 Sexta-feira Set 2011
Posted EUA, Internacional, John Pilger, Líbia
inA palavra vândalos recorda uma horda guerreira que, segundo os historiadores da época, destruiu na Europa tudo por onde passava.
Transcorridos 1500 anos, um sistema de poder imperial hegemonizado pelos EUA vandaliza na África do Norte um enorme território (1 760 OOO Km2) escassamente povoado (6 milhões de habitantes). Arrasa infra-estruturas, pulveriza bairros inteiros, chacina os moradores, destrói tudo, excepto as instalações petrolíferas.
A execução do projecto criminoso principiou em Fevereiro com o «levantamento» de Benghazi, concebido com antecedência e comandado por tropas de elite da Grã-bretanha e agentes dos serviços secretos britânicos, da CIA e da Mosad israelense.
O plano previa uma vitoria rápida. Mas bombas da NATO continuam a explodir sobre o solo líbio transcorrido meio ano já. A agressão armada a esse pequeno povo configura uma violação indisfarçável da Resolução do Conselho de Segurança (imposta pelos EUA, França e Grã Bretanha) que criou a chamada «zona de exclusão aérea».
Em Agosto, os agressores, quando os «rebeldes» entraram em Tripoli, festejaram a fim da «guerra de libertação» e «a vitória da democracia».
Mentiram. A resistência do povo líbio prossegue em Sirte, Beni Walid, Gadhames, Sebhah, nos oásis do Fezão. Mesmo na capital a resistência aos invasores aumenta, tal como também em bairros de Benghasi, Misrata, Brega e outras cidades. E os aviões da NATO, que prolongou “por mais três meses” o seu falso mandato, bombardeiam diariamente as forças do governo legítimo quando estas põem em debandada a tropa fandanga do CNT.
29 Quinta-feira Set 2011
Posted A Praça, Arouca, Álvaro Couto
in(Crónica sobre uma lição comuna-arouquesa)
A noite era de Feira de Colheitas em Arouca. Estavam algumas dezenas de Arouquenses a festejar, mas também a ver. O cartaz tinha dois metros, as fotografias a preto e branco, a assinatura do PCP, proclamando-se numa palavra de ordem: «Mais debate, maior consenso. Porque não, senhor presidente?». Um forasteiro meteu-se pela praça, de braços estendidos, a berrar fanfarrão:
– Temos serviço para fazer em Arouca!
Quando chegou à beira do cartaz de dois metros rasgou-o de alto a baixo. Concluída a façanha, arrotou:
– Afinal já valeu a pena ter vindo a Arouca!
29 Quinta-feira Set 2011
Posted PCP
inPortugal tem futuro. Portugal não tem de regredir, pode e deve progredir. No dia 1 de outubro vamos fazer ouvir as nossas vozes por esses nobres objectivos.
29 Quinta-feira Set 2011
Etiquetas
Depois do anúncio, na semana passada, de um novo pacote de austeridade, o governo grego voltou a ameaçar, no domingo, 25, com novas medidas de empobrecimento das massas.
«A Grécia transformou-se num hospício para pobres, com novas medidas que são anunciadas a cada dia, a cada semana». As palavras são de Constantinos Mikalos, dirigente da Câmara de Comércio e Indústria de Atenas, para quem a actual política não pode ser suportada «nem pelas empresas, nem pelos trabalhadores, nem pelos reformados» e conduzirá «à destruição económica e social do país» (Le Monde, 22.09).
Face a esta evidência, há muito constatada e denunciada pelos comunistas e sindicatos de classe, as massas trabalhadores reagem com greves e lutas incessantes nos mais variados sectores.
Na semana passada, dia 22, Atenas ficou sem transportes públicos: autocarros, metro e comboios, mas também os táxis paralisaram. Ao protesto contra os novos impostos, reduções de salários e das pensões, despedimentos e privatizações juntaram-se os controladores aéreos, bem como trabalhadores da função pública, professores e estudantes. Muitas universidades estão ocupadas há várias semanas contra a reforma do Ensino Superior aprovada em finais de Agosto. Os trabalhadores do Ministério das Finanças pararam ontem e na terça-feira, 27. Para os dias 5 e 19 de Outubro estão marcadas duas greves gerais.
29 Quinta-feira Set 2011
Posted CGTP - IN, PCP, Trabalhadores
inJerónimo de Sousa afirmou hoje na Assembleia da República, que estes 100 dias de governo ficam marcados pelo acentuar da recessão, do desemprego, das injustiças sociais, com mais impostos, mais falências de empresas. O Secretário-Geral do PCP concluiu afirmando que os trabalhadores e o povo já derrotaram outros governos pela luta, farão o mesmo com este!
28 Quarta-feira Set 2011
Posted Arouca, Álvaro Couto, Cultura
inEtiquetas
I
No prédio em frente há uma única luz acesa, madrugada alta. Dentro de casa, uma ventoinha está sempre a rodar.
Reparo muitas vezes nessa luz, a única luz acesa, já todas as televisões se apagaram, a vila toda dorme. Quem habitará a casa da luz tardia?
Uma vez por outra pressinto um vulto breve, fugidio. Há roupas de homem na corda junto à janela iluminada, mas é tão tarde.
Quem quer que ali viva não corre persianas para aconchegar a vigília ou o medo do escuro. A janela iluminada está aberta, o ar empurrado pela ventoinha embala as cortinas, um vulto breve cruza a sala, terá pousado na mesa de cabeceira um romance de cavalaria, terá estado a navegar na Internet?
Eu próprio saído da leitura labiríntica de um livro, mais três ou quatro horas e o despertador vai tocar, espreito a noite da rua e lá está a mesma única luz acesa, há-de estar ainda acesa quando o despertador tocar, às sete da manhã, a mesma única luz acesa no prédio em frente. E, de novo, pressentirei um vulto, os movimentos então mais apressados, provavelmente alguém que prepara uma nova jornada. Na rua, soam o fecho da portada do Arouquense, logo seguido de uns passos rápidos (para aí o Toninho ou o Zé Fontes), até que alguém põe em marcha um automóvel.
Finalmente, esta noite de Setembro, por volta das três da manhã quando, interrompido o meu labirinto literário, fui à cozinha fumar um cigarro e espreitei distraidamente para o luar no céu, lá estava a luz acesa. Lá estava, desta vez mais nítido, o vulto até agora indefinido, quase sempre pressentido. Agora nítido. A janela escancarada. O homem à janela, debruçado para a noite quente, sufocadamente quente, e uma leve impressão de o conhecer de qualquer lado. Reparo na fotografia que está na capa do meu livro. Olho para o homem pendurando mais roupa na corda. Eis quando, verificando a semelhança entre as duas caras, deixo soltar a voz no silêncio da noite
– Olha, é o mesmo tipo!
e fico a pensar cá dentro como é que é possível estar ali – o Nuno Brito.
II
Ali está o homem que pendura roupa numa corda. Aqui está o poeta que pendura a vida num livro.
E a coincidência espantosa desta criatura desconhecida, mas que é o principal alvo da minha reflexão literária desde há alguns dias, estar mesmo à minha frente em carne e osso.
Este é um momento importante para mim que comecei a filiar a minha admiração literária por Nuno Brito pela afinidade de uma simples frase
– Não sou um escritor, sou um navio!
o que foi suficiente para fazer-me sentar, ao longo deste tempo, também numa cadeira de baloiço, no convés desse navio.
27 Terça-feira Set 2011
Posted Nacional, PCP, Trabalhadores
inEtiquetas
Derrotar a alteração da legislação de trabalho: nova e brutal agressão aos trabalhadores.
Foram anunciados os propósitos do Governo PSD/CDS de alteração da legislação de trabalho. Dando andamento ao programa de agressão subscrito por PS, PSD e CDS-PP e satisfazendo as pretensões do capital a pretexto do falso argumento do combate ao défice, visam a aplicação do programa drástico de agravamento da exploração que há muito perseguem e que a luta dos trabalhadores sucessivamente derrotou.
Cinco aspectos principais caracterizam esta nova fase de ataque:
1. A tentativa de liberalizar os despedimentos individuais sem justa causa, em grosseira violação da Constituição da República e pondo em causa questões essenciais da estabilidade e dignidade no trabalho e da vida dos trabalhadores.
27 Terça-feira Set 2011
27 Terça-feira Set 2011
Posted CGTP - IN, PCP, Sociedade, Trabalhadores
inEtiquetas
Sim, é a hora de, se possível mais longe
e mais largo que o habitual, ampliar uma
sólida convicção de que, no próximo sábado,
é necessário exprimir na rua e alto e bom som
o movimento de indignação e descontentamento
que, com himalaias de razões, percorre grande parte
da sociedade portuguesa.
É curto dizer uns palavrões quando na banca
dos jornais se vêem os títulos de novas
desgraças e ataques.
É pobre ficar por uns resmungos com os
companheiros e companheiras de trabalho.
É fatal a rendição, o conformismo, a resignação.
É injusto, absurdo e inútil que este mal-estar
e preocupação que nos consomem se projectem
numa palavra torta do marido para a mulher ou vice-versa.
É cómodo mas demissionista o cansaço com tudo,
a desconfiança com tudo, o pensar e sentir
mas não agir e nada fazer
para mudar o rumo das coisas.
Sózinhos não podemos nada,
juntos podemos poder muito.
Está na hora de voltar a mostrar aos que governam
em nome e no interesse dos poderosos
que o país que trabalha e que o país que sofre
não rasgou nem enrolou as bandeiras da luta,
da confiança e da esperança.
in “O Tempo das cerejas”
27 Terça-feira Set 2011
Posted Arouca, Nacional, PCP, Sociedade, Trabalhadores
in26 Segunda-feira Set 2011
Etiquetas
desastre, dessemprego, empresas, privatizações, produção industrial, Ruptura e mudança, saque
Em Portugal, já encerraram este ano mais de 3000 empresas. O investimento e a produção industrial caíram para níveis de há quinze anos e a produção agrícola é inferior à registada há dezasseis anos.
O programa de agressão, de empobrecimento e de extorsão elaborado pelo FMI, pela Comissão Europeia e pelo Banco Central Europeu vem evidentemente promover e agravar este quadro.
A recessão aí está. A generalidade da população vê diminuírem os seus rendimentos. O custo de vida aumenta. Prepara-se o assalto a empresas públicas (ou com participação pública) estratégicas. O desemprego alastra e com ele alastram a pobreza e autênticos dramas sociais.
26 Segunda-feira Set 2011
Posted CGTP - IN, Governo, Nacional, Sociedade, Trabalhadores
inEtiquetas
1 DE Outubro, comunicações à ACT, contratação colectiva, Desemprego, flexibilização do tempo de trabalho, indemnizações, subsídio de desemprego
Tendo como base o memorando subscrito pelas troikas nacional e internacional, o Governo do PSD-CDS tenta aproveitar a situação de crise em que a política de direita seguida por sucessivos governos colocou o país, para promover um ajuste de contas com os direitos, liberdades e garantias constitucionais, conquistados com a Revolução de Abril.
GOVERNO QUER VOLTAR AO TEMPO DA IDADE MÉDIA
Realizaram-se na passada semana, na CPCS, três reuniões dos Grupos de Trabalho incumbidos de prosseguir a discussão sobre o denominado “Plano para o crescimento, competitividade e o emprego”.
Tendo como base o memorando subscrito pelas troikas nacional e internacional, o Governo do PSD-CDS tenta aproveitar a situação de crise em que a política de direita seguida por sucessivos governos colocou o país, para promover um ajuste de contas com os direitos, liberdades e garantias constitucionais, conquistados com a Revolução de Abril.
Propostas execráveis
Na linha de subserviência perante os interesses e objectivos do grande patronato, o Governo de direita é preciso nas propostas execráveis contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, nomeadamente:
26 Segunda-feira Set 2011
Posted Agricultura, Ambiente, Arouca, PCP, Sociedade
inEtiquetas
26 Segunda-feira Set 2011
Posted Economia, Sociedade, Trabalhadores
inEtiquetas
O facto de o chefe da Igreja Católica portuguesa dar entrevistas em que puxa a brasa à sardinha da sua facção dentro do cristianismo, como se sabe, um negócio multimilionário, não é assunto que me convoque por aí além. Se fosse esse o caso, teria que me debruçar criticamente sobre cada declaração dos dirigentes das muitas religiões que existem por esse mundo fora, desde as pequenas seitas mais ou menos excêntricas, às grandes religiões, algumas delas, como se sabe, bem mais antigas e com muito mais seguidores do que o cristianismo, mesmo considerado no seu todo, que engloba o catolicismo, a ortodoxia e o protestantismo, este, dividido em várias denominações… mais uns tantos “independentes” que pretendem ser seguidores de Cristo, mas não se reveem nas Igrejas.
O facto de o chefe da Igreja Católica portuguesa vir dizer que o «memorando com a troika é para cumprir», aproveitando para declarar que a função dos portugueses não é dizer mal dos governos… não traz rigorosamente nada de novo.
Sendo assim, a única frase da entrevista de “sua eminência” que mexeu comigo, foi a sua canhestra tentativa de sublinhar a “excelência moral” da sua igreja, por contraste com “a política”, de onde, segundo o douto Cardeal, «ninguém sai de mãos limpas».
26 Segunda-feira Set 2011
No encontro, hoje, realizado as delegações do PCP e do PEV procederam a uma análise da situação económica e social do país, em particular, ao desenvolvimento e consequências da concretização do programa de agressão e submissão que o actual governo tem em curso.
26 Segunda-feira Set 2011
Posted Administração Local, Arouca, PCP
inEtiquetas
Derrotar o programa de subversão do Poder Local defender os direitos das populações
1. O agora anunciado “Livro Verde” (negro, e não verde se ao conteúdo se fizesse corresponder a cor) para a reforma administrativa do poder local constitui um verdadeiro programa de subversão do poder local democrático, uma nova e mais despudorada tentativa de concretização da velha ambição dos partidos da política de direita de ajustar contas com uma das mais importantes conquistas de Abril.
As propostas agora anunciadas, acobertadas pelo programa de agressão e submissão que PSD, CDS e PS subscreveram com a troika estrangeira, visam, ao arrepio da Constituição da República, liquidar a autonomia das autarquias e reconstituir um modelo de dependência e subordinação existente até ao 24 de Abril.
2. De facto, com a inteira colaboração do PS e dando continuidade a orientações e opções ensaiadas ou adoptadas em momentos anteriores, o governo prepara um salto qualitativo na ofensiva contra o poder local democrático. Um ataque que constituiria, a concretizar-se, a completa descaracterização dos elementos mais progressistas e avançados do poder local, a liquidação do que ele representa enquanto conquista de Abril com os seus elementos diferenciadores: um poder local amplamente participado; plural, colegial e democrático; dotado de uma efectiva autonomia administrativa e financeira; ocupando um lugar na organização democrática do Estado não subsidiário, nem dependente do nível central. Este programa de agressão ao poder local é, na sua essência e consequências, um programa de agressão às populações e às suas condições de vida, um factor de constrangimento do desenvolvimento económico e de agravamento de assimetrias regionais, de retrocesso da vida democrática local.
26 Segunda-feira Set 2011
Posted CGTP - IN
inEtiquetas
26 Segunda-feira Set 2011
Posted EUA, Trabalhadores
inEtiquetas
A crise da economia capitalista renovou o seu percurso em plano inclinado quando o governo dos EUA anunciou que nenhuns novos empregos foram criados no mês de Agosto. Esta notícia desastrosa para os 30 milhões de trabalhadores desempregados e sub-empregados nos EUA surge perante o pano de fundo de um ameaçador arrefecimento da economia mundial.
Além do crescimento zero no número de empregos de Agosto, tanto os números da criação de empregos de Junho como os de Julho foram revistos em baixa num total de 58 mil. O número de zero empregos criados faz parte de uma tendência descendente firme.
Se bem que isto seja má notícia para os desempregados, aqueles que continuam a trabalhar também sofreram um golpe no mês de Agosto. Quanto maior o desemprego, maior a pressão sobre aqueles trabalhadores que ainda têm emprego. Esta pressão verifica-se nas estatísticas mais recentes.
As horas semanais trabalhadas caíram de 34,3 para 34,2, enquanto o salário/hora declinou numa média de 3 centavos. Estes números parecem pequenos mas eles somam-se a um declínio médio em salários semanais de quase 5 por cento numa base anual.
Para além disso, houve um aumento de 430 mil trabalhadores em “tempo parcial involuntário” — trabalhadores que necessitam um emprego em tempo integral mas têm de trabalhar em tempo parcial, tanto por terem sido colocados em horários parciais como porque era o que o patronato oferecia nas novas contratações.
26 Segunda-feira Set 2011
Etiquetas
A revista “Visão” electrónica teve a amabilidade de me enviar um mail com uma lista de cinco das obras mais maradas do “jardinismo”. Lá está o túnel cujo único resultado até hoje foi a destruição de um lençol freático que, desde há cinco anos corre diretamente para o mar, desperdiçando milhões e milhões de litros de água doce. Lá está a marina milionária… sem um único barco, mas já várias vezes reconstruída, etc., etc.
Se tivessem dado mais uns passos, teriam visto o espantoso “helioporto” – como Jardim lhe chama – onde, segundo consta, nunca se viu nenhum “heliocóptero” (provavelmente, porque não existem); teriam visto igualmente as grandes e arejadas “zonas industriais”, em que não se vislumbra nenhuma empresa…
A “Visão” falava, à hora a que foi para as rotativas, do buraco de dois mil milhões. Não tinham ainda ouvido Jardim, que aproveitou para chamar à dívida uma “coisinha de nada”, admitir que, entre a escondida e a que tem o rabo de fora, a tal dívida deve ultrapassar os cinco mil milhões de euros. Mais umas horas e poderiam mesmo ter ouvido o novo apelo/provocação à independência da Madeira.
Não tenho grandes comentários a fazer, até porque não sei o que possam ser cinco mil milhões de euros; mas, meus amigos e amigas… aquilo vai muito para lá do “fazer obra”; aquilo é obrar! Em tudo e todos.
in “O Cantigueiro”
25 Domingo Set 2011
Etiquetas
A pretexto da crise, estão a ser estrangulados financeiramente, para não dizer mesmo destruídos, serviços públicos essenciais à população. No seu ataque às funções sociais do Estado, o governo tem reduzido também drasticamente as condições de vida dos trabalhadores da Função Pública.
Segundo o INE, a taxa de risco de pobreza é de 17,9% em Portugal. Isto significa que 1,9 milhões de portugueses já vivem na pobreza. Mas para além daqueles 1,9 milhões de portugueses que já vivem na pobreza ainda existem mais 2,7 milhões de portugueses que só não estão na mesma situação de pobreza porque recebem “transferências sociais” do Estado (em espécie e em dinheiro). E são precisamente estas transferências sociais que o governo está a eliminar ou a reduzir significativamente lançando muitos milhares de portugueses numa situação de pobreza.
Segundo dados da DGO do Ministério das Finanças, o corte nas despesas com as funções sociais do Estado (educação, saúde e segurança social), entre Janeiro a Agosto de 2011, quando comparado com idêntico período de 2010, atingiu -1.311 milhões € a preços correntes e -1.952 milhões € em termos reais. Se fizermos uma estimativa para todo o ano de 2011, conclui-se que a redução nas despesas sociais do Estado deverá atingir este ano -1.967 milhões € a preços correntes e -2.928 milhões € em termos reais. Os sectores mais atingidos são a educação (-889 milhões € em termos reais); a saúde (-1.014 milhões € em termos reais); e a segurança social (-897 milhões € em termos reais). É evidente que cortes desta dimensão em serviços essenciais à população determinam degradação e menos serviços e também menos apoios à população.
Continuar a ler
25 Domingo Set 2011
Posted Política
inEtiquetas
Declaração de Princípios e Programa do PS de 1974, ideologia, populistas, programa do PPD de 1974
Em 1894 V. Ulianov (1) publicou um texto com a designação em título. Os “amigos do povo” eram na realidade populistas que por detrás da demagogia de falsas promessas se conciliavam com o liberalismo. Segundo eles, a sociedade devia ser conduzida não por ideologias, mas por personalidades notáveis, líderes com dotes especiais, segundo as suas perspectivas, claro. Os trabalhadores, a “multidão” ou “o bom povo” folclórico, deveriam obedecer-lhes e acreditar que de alguma forma defenderiam os seus interesses.
Como se vê, estava a porta aberta para subordinar as classes trabalhadoras ao poder do capital, perdendo a sua autonomia, consagrando a passividade e combater a sua organização e defesa dos seus interesses. Era uma estratégia que procurava tirar vantagens duma aliança com as oligarquias, apresentando-se como intermediários credíveis para garantir o “bom comportamento” popular. Os “amigos do povo” ao mesmo tempo que proclamavam ter como objectivo o socialismo combatiam as organizações revolucionárias que procuravam eliminar as estruturas da exploração.
Populistas deste tipo fizeram o seu caminho em Portugal após o 25 de Abril, no mesmo sentido, enganando, manipulando, caluniando, tentando por todos os meios dividir e destruir o movimento sindical unitário e as políticas consequentes de esquerda e o marxismo. (2)
Vale a pena, pois, recordar como os “amigos do povo” procederam entre nós, até chegarmos à situação de desastre nacional em que o país se encontra.
O programa do PPD (actual PSD) aprovado em 24 de Novembro de 1974 dizia, nomeadamente:
– p. 12 – “A sua criação obedeceu ao reconhecimento da necessidade de oferecer aos portugueses a possibilidade de tornarem efectiva e actuante uma vontade política dirigida pelos valores do socialismo”; p.13 – “Não há verdadeira democracia sem socialismo, nem socialismo autêntico sem democracia”; p.14 – “O capitalismo multiplicou as desigualdades sociais”; p.15 – “O capitalismo conseguiu expandir a produção a um ritmo extraordinário (…) mas fê-lo à custa da exploração dos trabalhadores e das nações produtoras de matérias-primas, colocando a maioria da população na dependência de alguns directores de grandes grupos económicos incontroláveis e deixando afinal insatisfeitas muitas necessidades essenciais através da criação artificial de necessidades e da manipulação do consumidor”; p.17 – “A industrialização conduziu à acumulação do capital financeiro que deu um poder extraordinário aos grupos que dominam os grandes bancos comerciais”; p.19 – Um sistema económico baseado no lucro individual revelou-se incapaz de, por si só, sem intervenção do Estado, assegurar o pleno emprego e planear a satisfação das necessidades colectivas”; p.21 – “urgência da eliminação de outras causas de alienação e opressão e, desde logo, da superação de uma estrutura jurídica da empresa que a torna num espaço social estranho para a pessoa do trabalhador, da eliminação dos temores pela insegurança perante riscos da existência”.
Apenas mais algumas notas: na p. 80, defende-se um SNS “financiado na totalidade pelo Orçamento Geral do Estado”. Na p. 100 propõe-se a eliminação de monopólios ou privilégios de qualquer espécie para o sector privado. Na p. 102 e 103 pretende-se assegurar a efectiva submissão do poder económico ao poder político, pelo que o Estado intervirá directamente na produção, nacionalizando, e resumimos, monopólios naturais, empresas sectorialmente dominantes, indústrias básicas ou “de tal modo importantes que daí advenha poder excessivo”, etc. Na p. 104 defende-se a planificação económica democrática. Na p. 116 a expropriação ou arrendamento compulsivo da propriedade agrária. Quem diria…
Por seu lado o Partido Socialista (PS) não lhe ficava atrás. O seu objectivo, na Declaração de Princípios e Programa aprovado em Dezembro de 1974, era “a edificação em Portugal de uma sociedade sem classes, em que os trabalhadores serão produtores associados” “mediante a construção do poder dos trabalhadores, no quadro da colectivização dos meios de produção e distribuição e do planeamento económico com pluralidade de iniciativas”. Continuar a ler
25 Domingo Set 2011
Etiquetas
1. O governo do PSD/CDS anunciou o que designa como medidas de reestruturação da Administração Central. Tal como o governo PS fez com o PRACE, agora com o nome de PREMAC – Programa de Redução e Melhoramento da Administração Central – o que o governo procura é um novo salto qualitativo na demissão do papel do Estado no cumprimento das suas funções constitucionais na prestação de serviços públicos, ao mesmo tempo que ataca brutalmente os direitos e os salários dos trabalhadores da Administração Pública.
Há 35 anos que estes partidos assumem o governo, sob diferentes combinações entre si. E ao longo desses anos, PS, PSD e CDS foram criando estruturas na Administração Central para instalarem a sua clientela política. Se existe problema nesse aspecto, é aí sobretudo que ele reside. Mas essa situação não serve para que venham agora invocar o argumento do peso do Estado e dos seus organismos, funções, trabalhadores (Portugal é o 24º país, entre os 27 da UE, em número de funcionários em relação à população activa) e dos gastos em salários (quando os trabalhadores perderam 17% do seu poder de compra desde 2000). O que de facto está em causa é a nova tentativa de transferir para os grandes grupos económicos e financeiros importantes áreas na prestação de serviços públicos, libertar verbas para canalizar para o grande capital nacional e estrangeiro, reduzindo as funções sociais do Estado a aspectos residuais, caritativos, assistencialistas, e repressivos. Trata-se de reconfigurar o Estado ao serviço dos interesses do grande capital.
24 Sábado Set 2011
Posted PCP, Política, Sociedade, Trabalhadores
inEtiquetas
Sendo social e colectivamente produzida, a ideologia burguesa funciona como uma banca onde se vão buscar estruturas pré-fabricadas de sentidos que asseguram aos indivíduos uma estruturação e uma afirmação de si próprio como sujeito. Podemos dizer que o indivíduo abstracto burguês é um produto das relações de produção capitalistas e da ideologia burguesa que se apresenta como um pensamento que seria uma função de tal sujeito. Ou seja, a ideologia burguesa constitui um sujeito ilusoriamente criador de um pensamento, que é de facto fabricado algures.
O anticomunismo é uma das formações da ideologia burguesa de conteúdo mais virulento e agressivo.
A ideologia burguesa é a ideologia da burguesia. Dizer isto parece ser uma banalidade sem consequências ou uma mera tautologia Mas talvez não o seja. É que uma das características básicas da ideologia burguesa consiste em recusar que seja uma ideologia e que seja referida a um sujeito social preciso, a burguesia.
Assim, a maior parte das vezes, a ideologia burguesa tenta fazer-se passar por uma espécie de senso comum, ou por uma difusa doxa, uma espécie de «opinião pública» que atravessasse as fronteiras entre as diferentes classes. Todas essas formas de se considerar a si mesma, comportam gestos que visam recusar e dificultar a sua percepção como ideologia, ou seja, um conjunto de representações, imagens do mundo e valores que exprimem os interesses e as necessidades de reprodução das condições de existência de uma determinada classe social.
A ideologia burguesa funciona, assim, como um conjunto de «evidências» destinadas a promoverem uma (falsa) consciência de si no mundo e na sociedade, por parte de indivíduos vivendo numa sociedade de classes antagónicas.